quinta-feira, 14 de abril de 2011

Luxo, prazer e morte

Como o prof. Coli disse, no final do século XIX há um gosto que se aflora, no âmbito cultural, cujos principais constituintes são o luxo, o prazer e a morte. Delacroix preconiza alguns desses elementos em sua obra Heliodoro expulso do templo. 

Delacroix
Heliodoro expulso do templo, 1854-61,
óleo e cera sobre gesso, 751 x 485 cm,
Igreja de Saint-Sulpice, Paris.
Ele pinta em 1827 uma obra que mescla, assim como em Heliodoro, mas talvez de uma forma mais evidente, esse prazer perverso.
Delacroix
A morte de Sardanapalo, 1827
Museu do Louvre, Paris.


Posteriormente, e principalmente nas últimas três décadas do XIX, alguns pintores, dentre eles Gustave Moreau, utilizam-se destes elementos, da junção entre dor, prazer e sensualidade para criar suas majestosas obras.
Os pretendentes, coloca-se como uma delas, que narra o retorno de Ulísses e o massacre de Antínoo e todos os outros usurpadores. Canto XXII da Odisséia, de Homero.


"(...) Mas não presumo que possa um sequer escapar do extermínio." Odisséia - Canto XXII: 67

Gustave Moreau, Os pretendentes, l852
 


O tema da femme fatale, aparece também na obra de Moreau, tal qual nas inúmeras versões da Salomé, que, como o prof. salienta foi um tópico muito recorrente no fim do século, na pintura, literatura, ópera etc.
Deixo aqui algumas versões, nas quais podemos observar o trabalho cuidadoso do pintor. Os três elementos: luxo, prazer e morte, apresentam-se intrínsecos, no conjunto do quadro. 
A ornamentação fortemente presente, não apenas nas vestimentas de Salomé, mas em toda a arquitetura, faz com que toda a tela dance, transformando todo o conjunto em um ambiente absurdamente luxuoso. O sangue de João Batista, reverbera-se nos tecidos e nas vestes do carrasco. Tudo respira essa atmosfera anteriormente anunciada por Delacroix.

A aparição, 1874-76

Salomé (Salomé dançando diante de Herodes), 1874-76

A aparição, 1875


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